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Fibrocimento sem amianto é mais caro e menos durável
Vanderley M. John, engenheiro civil pela Universidade do Vale dos Sinos, mestre em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutor em engenharia civil pela Universidade de São Paulo e membro da coordenação das engenharias da Fapesp, abordou as preocupações que envolvem as fibras alternativas, apresentadas para substituir as fibras naturais de amianto crisotila.
Segundo o pesquisador, existe uma série de questões técnicas que devem ser estudadas quando as matérias-primas utilizadas no processo produtivo de vários produtos são modificadas. “Existem implicações técnicas da substituição do amianto. O PVA, por exemplo, é uma alternativa que se espalhou pelo mundo saindo da Europa (que baniu o amianto) e a Brasilit aqui no país que desenvolveu o Polipropileno. Também encontramos aqui no país a fibra curta de eucalipto”,
Para John, a fibra de eucalipto pode ser uma boa substituta no futuro. Mas, qualquer que seja a substituição, pondera, o uso de cimento irá aumentar as emissões de CO2 no ambiente, vai exigir uso de papel virgem em detrimento do uso atual com jornais velhos, serão gastos mais litros de água e falhas nos produtos serão notadas durante um período que pode ser longo.
“O parque fabril precisa ser redimensionado, com área de preparação de celulose. Quando se inclui matérias-primas além das tradicionais – é preciso investir em tecnologia”, observa. Ele lembra que adaptar máquinas é complicado e que o ritmo de produção vai ser afetado, com queda de produção. “É um processo de aprendizagem e deve melhorar com o tempo. Vai exigir laboratório, aumentar a frequência do controle de processo e as telhas com fibras artificiais tem problemas de durabilidade”, explica.
O engenheiro pondera que, mudando a matéria prima atual (o amianto crisotila) por outra fibra, o custo de produção desses novos produtos será mais alto e isso pode refletir nos preços finais que chegam ao consumidor. “O custo é superior ao fibrocimento com amianto, cerca de 20% dependendo do domínio do fabricante no processo. O preço do telhado vai subir”, afirma. Fibra PP feita pela Brasilit e só para uso próprio
Para ilustrar esse aumento do custo, o engenheiro analisou o PVA. Ele tem outros usos e, dependendo da demanda, o preço varia. Essas fibras precisam ser importadas do Japão ou da China. Dependendo da procura pelo material, a oscilação do preço pode chegar a 50%. Já no caso do polipropileno, essa fibra é feita pela Brasilit e utilizada por ela mesma. Outro problema relacionado ao PVA é que ele é utilizado em milhares de outros produtos e o mercado mundial não produz em quantidade de cumprir todos os pedidos. “Se faltar matéria-prima, o valor vai subir muito”, explica.
“É preciso ter tempo para ajustamento da cadeia produtiva, achamos que o preço vai subir e a procura diminuir por isso. A durabilidade da telha cai, exige criação de novas fábricas fora do Brasil para fazer PVA e a USP acredita que o ajuste requer tempo para ser feito”, concluiu.
(Foto: Vanderley M. John,Holcim Foundation)
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