Indústria pode reduzir casos de doenças relacionadas com amianto adotando medidas preventivas
Coordenador do mais abrangente estudo epidemiológico já realizado no Brasil – o Projeto Asbesto – e cujo objetivo principal foi avaliar os efeitos na saúde dos trabalhadores da mineração do amianto, Ericson Bagatin expôs suas considerações durante audiência pública que debate a Lei nº 12.648/2007 do Estado de São Paulo e que proíbe o uso do amianto em todas as formas no território paulista. Com base nos resultados, o médico avalia que medidas de controle e prevenção adotadas na cadeia de suprimentos que contenham amianto em sua formulação são suficientes para evitar futuros problemas de saúde entre os trabalhadores.
O estudo científico coordenado por Bagatin demonstrou uma redução expressiva no número de doenças relacionadas à mineração de amianto quando a extração se restringiu apenas ao do tipo crisotila – também conhecido como amianto branco. A qualidade do mineral, assim como a implementação de medidas de proteção coletiva dos trabalhadores estipuladas em 1977, mantidas e aprimoradas desde então, foram apontadas no levantamento como as principais causas dessa diminuição de casos.
A pesquisa observou o comportamento de 4.220 mineiros, classificados em grupos cronológicos e que atuam nas minas em diferentes atividades. Então, foi aferido o quanto cada um desses trabalhadores fica exposto às fibras durante o expediente. De acordo com o médico, ocorrências de doenças pleurais foram substancialmente maiores entre os mineradores que exerciam essa atividade entre os anos de 1940 e 1966, assim como no período entre 1967 até 1976. “Nessa época, eles estavam mais expostos e durante mais tempo às fibras de amianto”, observa Bagatin.
Comparando esses resultados aos apresentados pelos mineiros em atividade entre 1977 a 1980 e de 1981 em diante, notou-se uma curva decrescente nos casos de doenças relativas à manipulação de amianto. Assim, na avaliação do médico, pesquisador e especialista, controle e cuidados durante a cadeia produtiva são suficientes para salvaguardar a saúde do trabalhador.
(Foto: Ericson Bagatin, Chrysotile Institute)
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